Texto publicado na página do evento BioComForest

A compostagem é uma tecnologia que busca aumentar a eficiência dos processos de reciclagem de resíduos orgânicos, de modo que possam ser reaproveitados na agricultura com segurança.

No Brasil, o SmartCompost (www.smartcompost.com.brocupa lugar de destaque quando o assunto é compostagem. O equipamento patenteado monitora temperatura, umidade e gases como metano e CO2, otimizando o processo e acompanhando a emissão de odores.

Integrado a uma estação meteorológica, o equipamento prevê condições climáticas e responde às preocupações da comunidade, promovendo uma compostagem eficiente e ambientalmente responsável, além de melhorar a convivência comunitária.

SmartCompost está no mercado desde 2019. Mas a equipe trabalha com compostagem desde 2009. A tecnologia é detentora de duas premiações internacionais, entregues pelo Conselho de Compostagem dos Estados Unidos (US Composting Council), do qual faz parte inclusive do time de mentores, do programa de profissionalização de profissionais norte-americanos.

Matérias-primas utilizadas na compostagem.
Estação meteorológica instalada em pátio de compostagem – Auxilia na tomada de decisão dos operadores.
Composto produzido em uma planta de compostagem.
Dashboard do site www.smartcompost.com.br

Exclusivamente para a redação do Mais Floresta (www.maisfloresta.com.br), Felipe Pedrazzi um dos fundadores do SmartCompost, e também atual diretor-presidente da Associação Brasileira de Compostagem, destacou a relevância do projeto e seus diferenciais no mercado.

Pedrazzi possui uma vasta experiência em compostagem e gestão de resíduos, seus estudos têm contribuído significativamente nacional e internacionalmente para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e sustentáveis no setor. Sua expertise inclui: Criação de sistemas eficientes de compostagem, Gerenciamento de projetos de compostagem em larga escala e Promoção de práticas sustentáveis e educação sobre compostagem.

Mais Floresta – Como foram as etapas para a concepção do projeto SmartCompost? E quais os principais desafios enfrentados?

Felipe Pedrazzi – A concepção do projeto SmartCompost passou pelas dificuldades operacionais de uma planta de compostagem, como os controles de temperatura (obrigatórios), identificação de odores e controles de processo. Diante disso entendemos que o processo manual de inserir um termômetro, passar para uma prancheta, da prancheta para a planilha, da planilha para a análise dados, muitos erros aconteciam, dados e tempo eram perdidos, além dos erros inerentes ao processo manual.

Depois disso, quisemos uma análise muito mais abrangente, com a visão do processo como um todo: desde a tomada de temperaturas, medição de umidade, emissão de gases indicadores de anaerobiose, para que pudéssemos controlar adequadamente o processo, evitar odores e produzir um composto de excelente qualidade! Portanto, podemos resumir o processo de implantação do SmartCompost da seguinte forma:

  1. Identificação do problema: necessidade de uma solução eficiente para gerenciar unidades de compostagem.
  2. Desenvolvimento da Tecnologia: desenvolvimento de um sistema automatizado com sensores e estação meteorológica.
  3. Patente e Legislação: nosso produto é patenteado e está servindo para dar conformidade com normas ambientais e requisitos das licenças de operação.
  4. Lançamento e Comercialização: introdução ao mercado com foco em sustentabilidade.

Mais Floresta – Como esta tecnologia funciona em prática?

Felipe Pedrazzi – A tecnologia opera através das seguintes etapas:

  • Monitoramento Contínuo: sensores para temperatura, umidade e gases (Amônia, Gás Sulfídrico e Metano);
  • Análise de Dados: a análise dos dados confere otimização do processo com base em dados coletados;
  • Estação Meteorológica: ajustes baseados em condições climáticas;
  • Relatórios e Conformidade: garantia de conformidade com normas ambientais e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Quais os seus principais diferenciais no mercado?

Podemos destacar:

  • Tecnologia Integrada: sensores e análise de dados em tempo real;
  • Sustentabilidade: redução de emissões e mitigação de odores;
  • Conformidade Legal: operações de acordo com normas ambientais;
  • Eficiência Operacional: otimização do processo de compostagem.

Mais Floresta – De que maneira o SmartCompost atua na proteção do meio ambiente em locais onde há monitoramento através de sua tecnologia?

Felipe Pedrazzi – A compostagem em si já é um processo de tratamento de resíduos e produção de um excelente adubo para a agricultura em geral. Melhora as condições do solo, para que as plantas cresçam mais saudáveis, requeiram 40%-60% a menos de fertilizantes químicos solúveis em água e suprimem o uso de defensivos em até 80%, se as condições da lavoura forem manejadas para atingir estes resultados. São conceitos que estão sendo tratados na Agricultura Regenerativa Tropical. Além disso, nosso equipamento ainda consegue:

  • Redução de Emissões: devido ao monitoramento contínuo das condições das pilhas de compostagem, é possível identificar condições inadequadas (anaeróbicas) e agir rapidamente, evitando as emissões atmosféricas e odores;
  • Prevenção de Problemas: identificação precoce de problemas operacionais;
  • Conformidade Ambiental: operações adequadas minimizam o impacto ecológico.

Mais Floresta – Quais expectativas para o mercado de compostagem para os próximos anos?

Felipe Pedrazzi – A medida que as pessoas passam a entender que os resíduos devem ser tratados com seriedade e que os impactos inerentes ao aterramento ou colocação destes materiais em locais inadequados trazem problemas graves à saúde e ao ambiente, visam por soluções sustentáveis. A compostagem é um excelente aliado do produtor rural, que consegue agregar valor à sua lavoura, pelo baixo investimento e aumento da produtividade.

Ao mesmo tempo, a compostagem resolve também um problema urbano, que é a geração de resíduos orgânicos e disposição em aterros e ‘lixões’ (gerando metano, contaminando o solo, água e ar). Estes, aliados à poda urbana podem ser misturados e comportados, gerando fertilizante para áreas periurbanas, que produzem alimentos nos cinturões verdes, por exemplo.

BioComForest 2024

Pedrazzi estará presente como palestrante convidado no BioComForest 2024, um dos maiores eventos de biomassa, compostagem e floresta, que acontecerá nos dias 30 e 31/07 e 01/08, no campus da Unesp, em Botucatu (SP). O evento é uma oportunidade única para contato e troca de experiências entre empresas especializadas, fornecedores e clientes. Saiba mais, e garanta sua inscrição no link: https://biocomforest.com.br/

2 thoughts on “Monitorando gases, temperatura e umidade na compostagem

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